Analistas avaliaram dados de outros bancos além do Banco do Brasil, trazendo projeções para instituições que ainda não divulgaram seus balanços (Por Lara Rizério)No apagar das luzes da última semana, as ações do Banco do Brasil (BBAS3) surpreenderam o mercado com uma derrocada de cerca de 7%.
Ainda que com muitos ruídos sobre possíveis questões políticas, a grande questão apontada para a forte baixa foram os dados apresentados durante a tarde pelo Banco Central sobre os lucros de maio das instituições financeiras.
Os dados apresentados muito negativos para o Banco do Brasil. A instituição estatal registrou um lucro líquido bastante fraco, de R$ 516 milhões no mês, indicando um lucro líquido de R$ 3,5 bilhões (de forma run rate, ou métrica financeira que permite estimar o desempenho futuro de uma empresa com base em seus resultados atuais) no segundo trimestre. Este número está 31% abaixo da projeção do Bradesco BBI para o período, que é de R$ 4,89 bilhões. Enquanto isso, a carteira de crédito permaneceu estável.
O Morgan Stanley, por sua vez, projetou o lucro do Banco do Brasil a R$ 3,345 bilhões levando em conta os dados do BC, uma queda trimestral de 50% e de 63% ano a ano. “A proxy do Banco do Brasil sugere outro resultado trimestral mais fraco, provavelmente devido a mais problemas com a inadimplência do agronegócio”, apontou a equipe de análise.
O Goldman Sachs também projeta, com base nos dados de maio, o lucro do Banco do Brasil 33% abaixo da sua estimativa, em R$ 3,4 bilhões, e 35% abaixo do consenso Bloomberg, provavelmente devido a problemas contínuos na qualidade dos ativos da carteira de agronegócios.
O Banco do Brasil divulga seus resultados dia 14 de agosto, após o fechamento de mercado, com uma visão já de um 2T25 ruim. Contudo, os números divulgados pelo BC levaram a uma frustração ainda maior.
Enquanto isso, para as outras instituições financeiras, a visão é diversa.
O Itaú, que divulgará seus resultados na próxima terça (5) após o fechamento do mercado, reportou R$ 4,3 bilhões em lucro líquido em maio, ou um lucro líquido extrapolado de R$ 12,0 bilhões (+3,6% versus o esperado o BBI) no 2T, enquanto observa um crescimento tímido dos empréstimos (+2,0% no trimestre) e da taxa de depósitos (+1,0% no trimestre). Conforme destaca o BBI, a visão é positiva.
Além disso, o BTG Pactual apresentou também um desempenho muito forte, com R$ 1,5 bilhão em lucro líquido, indicando R$ 4,0 bilhões no trimestre (+7,8% versus a projeção do Bradesco BBI), acompanhado por um crescimento estável dos empréstimos (estável no trimestre) e forte crescimento dos depósitos (+5% no trimestre). O banco apresentará seus números dia 12 de agosto, antes da abertura do mercado.
Para o Nubank, os números são mistos, ressalta o BBI, uma vez que o banco digital reportou US$ 163 milhões em lucro líquido em maio, resultando em um lucro líquido de US$ 488 milhões no 2T25 (-15% versus a projeção do BBI). O crescimento dos empréstimos (+6% no trimestre) e dos depósitos (+6% no trimestre) foram positivos, pondera a equipe de análise do BBI.
O BBI, por sua vez, aponta um número negativo para o Inter, com o banco reportando R$ 79 milhões em lucro líquido em maio e um lucro líquido projetado e acumulado de R$ 242 milhões no 2T25 (-22% versus a projeção do BBI), acompanhado de crescimento positivo em crédito (+4% no trimestre) e depósitos (+5% no trimestre).
“Importante ressaltar que esta é uma aproximação do lucro líquido contábil para os números do trimestre, que podem estar sujeitos a mudanças gerenciais e volatilidade ao longo dos meses”, ressalta o BBI.
O Goldman Sachs tem recomendação neutra para o Banco do Brasil, com preço-alvo de R$ 23, enquanto tem recomendação de compra para Itaú (preço-alvo de R$ 40) e e BTG Pactual (target de R$ 46). (Fonte: Info Money)
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