
Os grandes bancos brasileiros estão passando por um processo de transformação que tem resultado no fechamento contínuo de agências físicas em diversas regiões do país. Instituições como o Bradesco e o Itaú vêm encerrando unidades em várias cidades, alegando como principal motivo a crescente preferência dos clientes pelos canais digitais.
(Por Jeferson da Rosa) - foto Paulinho Costa feebpr - Na avaliação dos bancos, o baixo movimento nas agências físicas tornaria essas estruturas pouco viáveis financeiramente. Mas a decisão tem gerado forte reação de sindicatos e clientes, especialmente aqueles que enfrentam dificuldades com o acesso à tecnologia.
BradescoEntre os casos mais emblemáticos está o do Bradesco, que tem acelerado o ritmo de encerramento de suas agências. Apenas nos primeiros sete meses deste ano, a instituição demitiu 2.466 funcionários, o que representa uma média de quase 12 desligamentos por dia em todo o território nacional.
Ao mesmo tempo, dezenas de agências foram fechadas, inclusive em cidades onde o Bradesco era a única opção bancária. Os dados são de levantamento divulgado por entidades sindicais da área.
ItaúO Itaú também tem seguido o mesmo caminho: anunciou o encerramento de diversas unidades, como ocorreu recentemente em Salvador, com o fechamento de três agências.
Os bancos sustentam que essa reestruturação é inevitável. Afirmam que a maioria dos serviços bancários já é realizada por meios digitais, como aplicativos de celular e internet banking.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) reforça essa tese com dados: em 2023, mais de 70% das transações bancárias foram feitas via dispositivos móveis, sendo o Pix o principal meio de pagamento utilizado no país.
Com isso, manter agências com baixa demanda seria, segundo os bancos, um desperdício de recursos.
Fechamentos de agências do Bradesco, Itaú e outros prejudica clientes, dizem sindicatos dos bancáriosNa outra ponta, representantes dos trabalhadores reagem com críticas. Para os sindicatos dos bancários, o discurso de modernização esconde um processo de precarização do trabalho e exclusão de parte significativa da população.
Idosos, pessoas com baixo nível de escolaridade e moradores de áreas rurais ou cidades pequenas são os mais afetados. Muitos precisam percorrer dezenas de quilômetros para sacar dinheiro ou resolver pendências simples, já que não tem acesso à internet ou não sabem usar os canais digitais.
Além disso, os sindicatos denunciam que as promessas de realocação dos funcionários feitas pelos bancos Bradesco, Itaú e outros, nem sempre se concretizam, o que tem levado a demissões em larga escala.
O debate segue em aberto. Enquanto os bancos reforçam seu investimento na digitalização, cresce a pressão social e judicial para que o direito ao atendimento presencial seja garantido aos que mais precisam. (Fonte: Tribuna de Minas)
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