Os interesses de todos eram comuns e havia a necessidade de se ter uma representação para a categoria bancária de Ponta Grossa e Região. Com isso, um grupo de funcionários de diversas instituições bancárias da cidade de Ponta Grossa resolveu iniciar uma Associação que representasse os bancários. Foi relativamente fácil, pois, por lei, qualquer grupo de pessoas com interesses comuns podem montar (ou fundar, se preferir), uma Associação.

Dessa forma, no dia 25 de julho de 1959, realizou-se a primeira reunião da Associação Profissional dos Empregados em Estabelecimentos Bancários em Ponta Grossa. Apesar de primeiros contatos anteriores a reunião, esse encontro serviu para definir as bases e as diretorias da Associação.

A ideia era definir, num primeiro momento, o Conselho Diretor e o Conselho Fiscal que representariam a entidade. Dentre os escolhidos cabe destacar Darcy Machado Blanski, funcionário do Banco do Brasil; Ivo Penteado de Almeida do Banco Nacional do Comércio; Edgar Lazarotto de Oliveira do Banco Comercial do Paraná e Theóphilo Schmidt do Banco Nacional do Comércio.

Mesmo fazendo parte tanto dos conselhos fiscais como do diretor, esses senhores ainda teriam mais uma função na Associação que se iniciava. O primeiro presidente da Associação foi o Sr. Darcy, enquanto que a secretaria ficou a cargo do Sr. Edgar, a presidência da sessão com o Sr. Ivo e a tesouraria com o Sr. Schmidt. Ou seja, sem contar os seus trabalhos do cotidiano, eles ainda agruparam mais essas funções.

Vale ressaltar que já nesse primeiro momento houve uma preocupação em se criar um sindicato da categoria, visto que, por lei, a Associação não poderia representar uma categoria econômica ou profissional.

Uma associação tem mais um caráter cultural, artístico ou esportivo sem uma competência legal para representar um grupo profissional. Um sindicato, ao contrário, possui características de representação política de uma categoria profissional. Essa legalidade está exposta no artigo 08 da Constituição Federal e no artigo 513 da Consolidação das Leis de Trabalho (CLT).

Então, já na primeira reunião com este intuito, ficou acertado que os escolhidos para representar os bancários iriam elaborar estatutos para viabilizar a criação de um sindicato, buscar mais associados, pois eram necessários 180 associados para criar um sindicato, tendo como contribuição cinqüenta centavos por pessoa no dinheiro da época.

A associação não possuía sede, a primeira reunião aconteceu na sede da Associação Comercial de Ponta Grossa, mas na maioria das vezes, a reunião acontecia no auditório da Rádio Clube (PRJ-2) localizada, desde aquela época, na rua XV de novembro no centro da cidade princesina.

Inicialmente, o Banco do Estado do Paraná cedeu uma sala de seu prédio para que os bancários pudessem ali resolver os seus problemas enquanto associação. Acontece que era uma sala pequena com apenas uma mesa, algumas cadeiras e, provavelmente, um arquivo para a documentação. Dessa forma, tornava-se inviável fazer uma reunião com mais de cem bancários em um local tão pequeno. Por isso, a direção da Rádio Clube cedia gentilmente o seu auditório para os bancários.

O ano de 1962 foi importante para a Associação. No dia vinte e cinco de janeiro de 62, o sindicato começou a delinear a sua real forma. Nesse dia, Theóphilo Schmidt, então presidente, falou aos associados às vantagens que existiriam caso a Associação passasse a ser vista legalmente como Sindicato. Tudo o que o presidente falava era com base no artigo 5184 da CLT.

Schmidt explicou aos presentes que a Associação passaria a ser chamada de Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Ponta Grossa, denominação que perdura até hoje.

Os bancários presentes à reunião, que somavam quase cem, aceitaram a ideia e, por voto secreto, ficou instituído que a Associação se tornaria Sindicato.

Através de uma carta sindical, com o número 185792/62, o Ministro do Trabalho Almino Affonso oficializa no dia 17 de outubro de 1962 a mudança da Associação para Sindicato. Rapidamente a categoria se mobiliza e no dia 12 de novembro do mesmo ano, o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários começa realmente a existir.

A primeira sede se localizava na Rua Balduíno Taques, 480 no terceiro andar do Edifício Itapuã. Inicialmente, sem ter realizado eleições, a diretoria da Associação migrou como diretoria provisória para o Sindicato. Dois meses depois é que foi realizada a votação para definir quem seria a primeira diretoria eleita a representar os bancários na forma de Sindicato.

Em 16 de janeiro de 1963, dia da votação para eleger a representação bancária, haviam 173 associados junto ao Sindicato. Destes, 146 bancários apareceram para a votação, sendo que o quorum mínimo era de 115, conforme o estatuto de dois terços de votantes. A chapa era única e, dessa forma, foram eleitos para a diretoria

Theóphilo Schmidt; Aldir Medeiros e Edgar Lazarotto de Oliveira, tendo 139 votos a favor, seis brancos e apenas um nulo.

A posse da diretoria aconteceria alguns dias depois, em 4 de fevereiro de 1963.

Com muito diálogo e economia que o primeiro Presidente, Sr. Theóphilo Schmidt, começou a construir o patrimônio do Sindicato. Em 1969, por exemplo, eles possuíam apenas uma sala no terceiro andar do Edifício Itapoá que se localizava na Avenida Balduíno Taques, 480 – uma das principais ruas da cidade.

Entretanto, Schmidt queria mais. Alguns anos depois (provavelmente por volta de 1972), o presidente conseguiu mais duas salas nesse mesmo edifício. As salas, localizadas no segundo andar serviam para dar atendimento médico e odontológico aos bancários filiados ao Sindicato.

A sede, apesar das melhorias, continuava pequena. Foi aí que surgiu a oportunidade de comprar o local que o Sindicato está instalado até hoje. A moradora do local, Dona Regina, pediu, no dinheiro da época, cerca de cinco mil. Já era a década de 80, mais ou menos pelo ano de 1982.

Entretanto, Schmidt não tinha todo esse dinheiro. O caixa do Sindicato contava com cerca de dois mil e oitocentos do dinheiro da época. O presidente não queria ficar devendo e achou que aquela ainda não era a hora. Mas, peripécias do destino fizeram com que sim, que aquele fosse o momento.

Representantes da Federação dos bancários com sede em Curitiba vieram até a sede do Sindicato e Schmidt viu ali a possibilidade de realizar o sonho da sede própria da entidade. Pediu dinheiro emprestado para a Federação, o que eles prontamente atenderam. Alguns dias mais tarde, com a venda das salas que possuía no Edifício Itapoã, pagou a Federação e o Sindicato finalmente teve um local próprio. Mas, o mais importante, ela era uma sede boa, sólida e, sobretudo, grande.

A Rua Visconde de Nácar, 213 há quase 40 anos é conhecida como a Sede Social do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Ponta Grossa e Região. 

Na década de 80, o Sindicato começou a dar forma para uma sede campestre, um gerente do banco da Lavoura ofereceu o terreno e o Sindicato fez a aquisição, que desde a sua fundação se preocupou também com o lazer dos bancários e familiares e deu vida a Sede, que está localizada à Rua José Salles Rosa, 138, Parque Tarobá, possui cerca de oito mil metros quadrados com salões de festas, parque infantil, ginásio de esportes, campos de futebol, churrasqueiras e casa de uso dos caseiros.