‘Santander usa terceirização para cortar direitos’, denuncia sindicato

Diretor do Sindbancários de Porto Alegre expõe como banco cria empresas para rebaixar salários e lucrar mais, enquanto fecha agências ( Fabiana Reinholz) - Foto: Laís Escher / SindBancários - 

"Seremos incansáveis para barrar as irregularidades, precisamos fazer pressão política e institucional para que o banco cumpra seus compromissos", afirma Luiz Carlos Cassemiro.

O Santander, um dos maiores bancos do país, tem sido alvo de fortes críticas do movimento sindical por adotar um modelo de terceirização considerado fraudulento. Segundo denúncias, a instituição cria e utiliza empresas de seu próprio conglomerado para contratar trabalhadores que exercem funções típicas de bancários, mas sem os direitos garantidos pela Convenção Coletiva da categoria.

Essa prática, de acordo com o diretor do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região (Sindbancários) Luiz Carlos Cassemiro, resulta em jornadas mais longas, salários menores e perda de benefícios históricos, como participação nos lucros, auxílio-creche e estabilidade em situações especiais. Ao mesmo tempo, o banco segue promovendo o fechamento de agências em todo o Brasil, sobretudo em cidades do Interior, o que aprofunda a exclusão bancária e precariza o atendimento à população.

O contraste entre o lucro bilionário registrado pelo Santander no país, que responde por cerca de 20% do resultado global do grupo, e a realidade vivida por trabalhadores e clientes é o que motiva a reação sindical. Em entrevista ao Brasil de Fato RS, o dirigente Luiz Carlos Cassemiro detalha os impactos dessa política e os próximos passos da luta em defesa de direitos e de um atendimento bancário de qualidade.

No mês de julho a situação envolvendo o banco espanhol foi tema de audiência na Câmara dos Deputados. Na ocasião, o banco Santander, que também foi convidado a participar da audiência, não compareceu, enviando apenas uma carta que foi lida no plenário.

O Brasil de Fato RS entrou em contato com a assessoria de imprensa do banco que emitiu a seguinte nota: “O Santander informa que atua no estrito exercício regular do seu direito, observando rigorosamente a legislação vigente e a recente jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, além de adotar medidas para assegurar o atendimento aos seus clientes. O Banco respeita a liberdade de atuação do movimento do sindical e ressalva que possui fóruns adequados para dialogar com os respectivos dirigentes sindicais sobre temas de interesse da categoria profissional”. (Fonte: Brasil de Fato)

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