foto - Paulinho Costa -
(Por Aline Bronzati) - A pauta estratégica do Banco do Brasil entrou novamente na geladeira, enquanto a cúpula que vai apoiar a gestão de Fausto Ribeiro está sendo definida. É o terceiro presidente do banco público em pouco mais de dois anos, durante o governo Jair Bolsonaro. A cada troca de comando as decisões param e, da agenda à equipe, tudo é refeito. Ribeiro assumiu a cadeira há cerca de 15 dias. De lá para cá, segue debruçado na escolha da cúpula do banco e tomando pé das coisas. Enquanto isso, o BB segue sem rumo. Internamente, a sensação é a de que ninguém decide nada, com o cenário nebuloso sem saber para onde o banco vai. “Aqui nada ‘anda’ de verdade”, diz uma fonte.
A agenda de desinvestimentos, prometida por Ribeiro ao assumir, em carta a funcionários, também está nesse limbo, com todos os negócios em andamento postergados. Dentre algumas operações que ganharam fôlego na gestão passada, estão a procura de um parceiro para a gestora do banco, a BB DTVM, a venda do argentino Patagônia, a abertura de capital da bandeira Elo e do BV (ex-Votorantim),que, aliás, foi cancelada.
A paralisação do BB chama a atenção no momento em que os rivais se mexem com agilidade, com o mercado financeiro passando pela revolução da digitalização, a multiplicação de fintechs e empresas de várias áreas brigando para se tornar a carteira digital do brasileiro. “O BB conseguiria avançar em sua agenda de desinvestimentos se parasse alguém lá”, diz o analista da Ohmresearch, Carlos Macedo.
Trem paradorEssa sensação de ‘paradeira’ que dá as caras novamente já ocorreu na primeira troca de presidente. Foi quando André Brandão, vindo do HSBC, substituiu o economista Rubem Novaes, que decidiu passar o bastão para alguém mais novo. A demora na definição do nome e para a sua chegada deixaram o banco à espera. Agora, novamente, a instituição para até que o novo presidente defina quem vai acompanhá-lo na empreitada.
Além da indefinição, a vice-presidência de governo e agronegócios é alvo de disputa. Há um trio de candidatos correndo pela vaga, além do atual ocupante, João Pinto Rabelo Júnior. O que teria, ao menos até aqui, mais chances é Antonio Barreto, que foi secretário-executivo do ministério da Cidadania. Ele teria apoio do Centrão para assumir a cadeira. Além dele, fontes citam ainda o atual assessor especial do presidente do BB, Renato Naegele, que antecedeu Henrique Pizzolato na diretoria de Marketing, acusado de peculato com Marcos Valério. Outro cotado é o atual presidente do BRB, Paulo Henrique Costa. Procurado, o BB não comentou.
Esta reportagem foi publicada no Broadcast+ no dia 19/04, às 18h35. (Fonte: Estadão)
Noticias - Feeb Pr