Segundo dados do BC, o ROE dos bancos digitais chegou a 19,1% no 1º semestre, enquanto o dos grandes bancos foi de 18,4%. (Por Marina Barbosa)Os bancos digitais superaram os bancões no que diz respeito à rentabilidade gerada a partir dos seus ativos, com instituições como o Nubank batendo grandes bancos o Banco do Brasil.
Dados do BC (Banco Central) explicam que o ROE (retorno anual sobre o patrimônio líquido) dos bancos digitais alcançou 19,1% ao final do primeiro semestre, enquanto o dos grandes bancos do país marcou 18,4% e a média nacional foi de 15,11%.
Os bancos digitais apresentaram, então, a melhor rentabilidade do setor bancário ao final do primeiro semestre deste ano e dados do terceiro trimestre divulgados recentemente por essas instituições indicam que essa tendência continua.
Veja o ROE das principais instituições financeiras de capital aberto do país no 3º trimestre:
Nubank : 30%;
BTG Pactual: 23,5%;
XP: 23,0%;
Itaú: 22,7%;
Banco do Brasil: 21,1%;
Santander: 17,0%;
Bradesco: 12,4%;
Inter: 11,9%."Recuperação expressiva"Além de recorde para o segmento dos bancos digitais, o ROE de 19,1% marca uma forte recuperação do setor. Isso porque os chamados neobanks apresentaram uma rentabilidade negativa em 2022.
Segundo dados do BC, o ROE médio dos bancos digitais chegou a -4,63% em dezembro de 2022 e só voltou a ficar positivo em junho de 2023. Em um ano, portanto, o indicador saiu de 1,87% para o pico de 19,1%.
Já o ROE dos grandes bancos subiu de 14,77% para 18,40% entre junho de 2023 e junho de 2024. Considerando todo o sistema bancário, o indicador passou de 13,60% para 15,11%.
"A recuperação tem sido expressiva no segmento 'Digitais' desde o final de 2022, resultado dos efeitos positivos da alavancagem operacional por meio da rentabilização da base de clientes de algumas entidades e da menor pressão das despesas com provisões", diz o Relatório de Estabilidade Financeira do BC.
Ao apresentar os dados, o diretor de supervisão do Banco Central, Ailton de Aquino, explicou nesta semana que os bancos digitais têm um modelo de crédito robusto e ainda contam com menos provisões do que os grandes bancos tradicionais.
Os bancões elevaram o volume de provisões contra créditos de liquidação duvidosa no início da crise das Americanas (AMER3), o que acabou pressionando a sua rentabilidade. O BC observou, no entanto, que o ROE do segmento também está em recuperação.
"Após revisão do apetite a risco, a rentabilidade do segmento tem melhorado nos períodos mais recentes", diz o Relatório de Estabilidade Financeira.
O documento destaca ainda que, ao final do primeiro semestre, havia menos instituições com ROE negativo no país, ao ponto de que elas representavam menos de 2% dos ativos totais do sistema financeiro nacional.
"Por outro lado, entidades com ROE acima de 10% representavam mais de 75% do total de ativos do sistema bancário ao final do semestre", acrescenta.
Para o diretor Ailton de Aquino, o ROE médio de 15,11% mostra que o sistema financeiro nacional segue "robusto, gerando lucros". Este foi o maior retorno do segmento desde outubro de 2022, quando foi de 15,24%. (Fonte: Investidor 10)
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